segunda-feira, 29 de julho de 2013

Já vos tinha falado nesta conferência? Já? Ah ok, pois tinha.


"(...) I personally love the notion of embracing strangeness as some of my most valuable and fulfilling relationships have come from connecting with those radically different from the personality types I grew up surrounded by. And some of my most creative ideas professionally have come from bridging disparate concepts I was only exposed to because I sought out a unique path. In fact, the more I progress in life the more I become fascinated and interested in the “strange” and creative as opposed to the obvious and predictable.

(...) rethink the notion of what a connection is beyond typical notions like friends, family and coworkers. We’re connected in more ways than that."



Mais aqui 

---------------------- 
“To be nobody but yourself in a world which is doing its best day and night to make you like everybody else means to fight the hardest battle which any human being can fight and never stop fighting.” E.E. Cummings

3 comentários:

  1. concordo que encontrar o outro diferente, e estranho às estruturas regulares a que pertencemos, é essencial a uma textura social mais atenta, criativa e inteira mas não concordo com a ideias como "find the person i need (?) now" ou com a ideia de utilidade puramente funcional do encontro "that benefits...", como se a diversidade fosse um mercado aberto... o discurso do vídeo apresenta o 'estranhamento' como oportunidade de extensão em oposição à intensidade do aprofundamento_intimidade. O sentimento de familiaridade_belonging_intimidade é essencial à sobrevivência e só possível no diálogo_reafirmação de laços fortes. Há nos laços fortes uma tendência para cristalizar o outro na história que dele conhecemos, mas acredito que é possível repensar_praticar esses laços com atenção a hábito vs reinvenção da espontaneidade (i don't know the people I know) (what "sameness"?)(how to invent "strangeness" inside "sameness" and nurture_share feedback?), mantendo diálogo em criatividade aberta. Serei ingénua? antes assim. tenho encontrado grupos de pessoas em contextos de estranhamento diversos e mais do que entusiasmo pela perturbação_interacção nova há muito frequentemente uma necessidade essencial de presença (closeness) e de construção_esperança de comunidade...

    ResponderEliminar
  2. concordas com a conferência? o que apoias e o que criticas?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá bom dia Catarina, é sempre bom ver-te neste cantinho estranho... O facto de aqui vires quer dizer que valorizas a interação com um "estranho-ao-quadrado, ou seja, não só sou um estranho para ti pois não pertenço à tua família nem aos teus amigos nem aos teus colegas de profissão, como sou um estranho nada "normal" dentro da "normalidade estranha": sou um estranho estranho! :)

      Quanto a mim, a procura do sentimento de estranheza e do que é estranho é crucial para tentarmos compreender um pouco melhor este Universo em que nos encontramos. Dou-te um exemplo: a visita de Darwin às Galápagos. Foi em grande parte por tomar contacto com tanta espécie estranha que Darwin mais tarde elaborou a sua Teoria da Evolução das Espécies http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=28138&id=106

      A estranheza abre-nos os olhos. A familiaridade cristaliza a visão. Há pessoas que têm necessidade de se afastar quando sentem demasiada familiaridade, pessoas que correm o mundo. Não acho que a familiaridade e a pertença seja essencial à sobrevivência. Ou melhor, depende. Será essencial talvez a uma ovelha mas não a uma águia. A questão é que todos nós temos um lado águia e um lado ovelha...

      O conceito de laços fortes que apresentas também pode ser visto como "correntes-fortes", grilhetas. Os laços fortes prendem-te à perspetiva do Outro. Por exemplo, se és cristã e crias laços fortes com um cristão, conseguirias mudar de opinião e passar a ateia sabendo que irias perder esses laços? Cristãos procuram cristãos e isso reforça a crença, por exemplo. Os ateus são os "estranhos". Mas isto é só um exemplo.

      O meu trabalho na área comercial do imobiliário trouxe-me exemplos curiosos como por exemplo a "prospeção a frio" que é abordares desconhecidos na rua e "meteres" conversa para te apresentares. Ao início isso foi extremamente difícil, há uma barreira de ambos os lados, mas depois tornou-se mais fácil.

      É interessante como as pessoas estão mais abertas ao "estranho" quando este se apresenta com, digamos.... "normalidade"!

      Acho que esse é o ponto dela: tornar a procura do estranho, normal, natural. A nossa sociedade fecha-se cada vez mais. Vê as redes sociais por exemplo, o facebook está carregado de formas de bloquear quem não é "amigo", é difícil fazer chegar mensagens a uma pessoa que não conhecemos, tens também o conceito de "círculos" no Google+ e por aí fora. Replicam a sociedade, cada vez mais fechada sobre si própria.

      Ainda assim os blogues são a plataforma mais aberta!

      Para terminar, lembrei-me agora de algo curioso: a religião católica é estranha, com os seus rituais de beber o sangue de cristo, um homem crucificado, crença na ressurreição, etc. No entanto, os laços fortes criados entre os seus praticantes e a forma como essa religião se propagou levaram a que tudo isso deixasse de parecer estranho! É a normalidade da irracionalidade. Neste caso, sair desse estado de familiaridade com o bizarro será procurar a estranheza da... racionalidade!

      Para a seguir voltar a mergulhar na estranheza do Universo incompreensível...

      Não vou ao ponto de recomendar que todas as pessoas passem por algum tipo de ambiente bizarro nas suas vidas para estarem melhor preparadas para a estranheza de Ser, mas não posso negar que a passagem pela religião católica me deu uma noção claro de como podemos cegar dentro de um grupo.

      No entanto, quanto maior é a cegueira, mais extasiados ficamos depois com a luz, caso consigamos abrir os olhos, certo?

      Eliminar