segunda-feira, 15 de outubro de 2012

"Não se resolve nada protestando nem com uma revolução"


 
D. José Policarpo, capo da igreja católica em Portugal, veio afirmar que as manifestações e o povo a governar, a partir da rua, resultam na corrosão da harmonia democrática» em Portugal. E que não se resolve nada protestando nem com uma revolução.

Estranho, pensei que ele viesse recomendar aos católicos ricos que dessem parte da sua riqueza aos pobres, invocando a caridade cristã... até porque Jesus Cristo disse que aos ricos seria impossível entrada no "reino dos céus"...
 
Pois se até o Bill Gates recomendou que os ricos dessem 50% das suas fortunas e não é cardeal nem bispo nem padre!
 
Mas não. O capo católico José Policarpo veio foi dar mais uma dose de ópio ao povo.
 
 
Mas vale a pena ver a notícia da TVI com entrevistas aos peregrinos, vítimas da burla religiosa, que vão ali pedir a um ser imaginário que melhore as suas condições de vida!
 
 
 
 
Para quando a transformação deste antro retrógado de adormecimento de massas num espaço de prática de exercício físico, arte e cultura?

Parece que até já estou a ver aquele alcatrão, onde hoje rastejam pessoas feitas vermes humanos, ser arrancado e substituído por um relvado.
Consigo imaginar também um écran gigante e um enorme palco ao serviço da Cultura.
 
Sim, consigo visualizar o delírio religioso coletivo varrido para sempre da face da Terra.
 
 
 
Recordo aqui Joaquim António de Aguiar que em 1834, então ministro da Justiça...
 
"(...)redigiu o texto do Decreto de extinção das Ordens Religiosas que, assinado por Pedro IV de Portugal, embora apresente a data de 28 de maio, foi publicado em 30 de maio de 1834.
 
Por esse diploma, eram declarados extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios, e quaisquer outras casas das ordens religiosas regulares (art. 1º), sendo os seus bens secularizados e incorporados à Fazenda Nacional (art. 2º), à excepção dos vasos sagrados e paramentos que seriam entregues aos ordinários das dioceses (art. 3º). O diploma afirma ainda que seria concedida uma pensão anual aos religiosos que não obtivessem benefício ou emprego público (art. 3º), o que entretanto permaneceu letra morta. Esta lei valeu a António de Aguiar o apelido de "Mata Frades".
 
Reflexo das ideias então correntes no país, o relatório dirigido a D. Pedro, inicia-se afirmando:
 
"Senhor: Está hoje extinto o prejuízo que durou séculos, de que a existência das Ordens Regulares é indispensável à Religião Católica e útil ao Estado, e a opinião dominante é que a Religião nada lucra com elas, e que a sua conservação não é compatível com a civilização e luzes do século, e com a organização política que convém aos povos".

Esta importante reforma visava aniquilar o que considerava ser o excessivo poder económico e social do clero, privando-o assim dos seus meios de riqueza e da capacidade de influência política."
 
 
 
 Estátua a Joaquim António de Aguiar (Coimbra)

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