terça-feira, 24 de abril de 2012

Miguel Portas (1 de Maio 1958 – 24 de Abril 2012)



Recordo de Miguel Portas a troca de opiniões que tive com ele no seu mural do facebook, em finais de Novembro de 2009, quando os suíços baniram os minaretes das mesquitas, identificando-os corretamente como símbolos político-religiosos.

A discussão derivou para o uso do véu islâmico e da burka, assim como dos direitos das mulheres. Discordámos e cheguei a acusá-lo de trair a esquerda marxista anti-religião-ópio-do-povo e também de trocar os direitos das mulheres por um relativismo cultural que mais não era (é) do que ajoelhar perante um clero opressor e poderoso. Tudo a troco de um "politicamente correto" manchado do sangue dos oprimidos religiosos e de um ideal irrazoável que quer integrar no "multiculturalismo" os que só têm um objetivo: dominar todas as outras culturas infiéis e impôr a sua fé.



Nessse debate, eu e outros argumentámos de um lado, Miguel Portas e a maioria dos seus amigos-de-facebook argumentaram de outro, numa sã troca de ideias no seu mural. Nunca foi incorreto comigo nessa discussão mais acessa (em que algumas almas mais histéricas chegaram mesmo a optar por acabar a amizade-de-facebook com ele) e manteve-me sempre como seu amigo-de-facebook, mesmo depois de esgotados os 5000 amigos.
Falou-me inclusivamente do seu livro "No Labirinto - O Líbano entre guerras, política e religião" que comprei e li.

Esta foi a última música que colocou no seu mural. Como canta a letra, o seu último amor (sim porque quem ama a Vida tem de amar também a Morte) visitou-o e disfrutou do seu corpo como se o seu corpo fosse a casa dela.


Antonius Block: Who are you?
Death: I am Death.

Antonius Block: Have you come for me?
Death: I have long walked by your side.

Antonius Block: So I have noticed.
Death: Are you ready?

Antonius Block: My body is ready, but I am not.

The Seventh Seal (1957), Dir. Ingmar Bergman


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